Enquanto nos descobríamos mutuamente, e o nossos corpos mostravam o forte magnetismo que deles emanava, de repente alguém toca à campainha. Parámos naquele instante.
- Esperas alguém? - Perguntei-lhe preocupado pois estava em terreno desconhecido, e não queria confusão.
- Aaaah ... Não! - Confesso que esta resposta hesitante da sua parte deixou-me preocupado. Nisto insistem novamente. Ela franze a sobrancelha, e começa a vestir-se sem tirar os olhos da porta.
- Não vais ver quem é? - Já me estava a vestir e a preparar-me para sair. Mas não naquele momento porque estava alguém na rua que desconhecia.
- Sim, vou. - Ela parecia estar extremamente desconfiada e muito apreensiva com quem estava do outro lado da porta. Semicerrou os olhos como se tentasse ver para além da porta. Aquilo preocupou-me pois estava a ficar ansioso por não saber o que fazer.
Num passo vagaroso em direcção à porta, evitando fazer barulho para o exterior, conseguiu subtilmente perceber quem estava daquele lado. Do outro lado insistiam em tocar à campainha. Mal ela abre a porta:
- Tanto tempo para abrires a porta pah... - Era uma rapariga, com os seus 25 anos, loira e muito gira - Quem é este gajo mãe???
- Sou Pedro, tudo bem? - Estiquei-lhe a mão para a cumprimentar mas subitamente fui ignorado. Conti-me para não me exceder, porque a falta de civismo das pessoas deixa-me irado.
- Bé??!! Que falta de educação é essa? Foi isso que te ensinei? - Ela ficou passada com a atitude da filha para comigo. Não era para menos mas os seus olhos ficaram de tal forma arregalados que quase saltaram das suas órbitas.
- Falta de educação Sónia? Mas estás a gozar comigo mãe? Este gajo está aqui, todo despenteado, na minha casa e ainda mal se vestiu, e tu dizes-me que eu é que sou mal educada. Sinceramente... - a miúda passou-se e já me estava a por em "ponto de rebuçado". Afinal, ela era a Sónia...até ao momento não sabia o seu nome.
- Sónia, deixa estar eu saio. Depois falamos. - Vesti-me e saí em direcção ao carro. Ao fechar a porta, a Sónia deu-me o seu nº de telemóvel. Aquele momento deixara super desconfortável e algo embaraçada. Percebi que não contava com aquilo. Pedi-lhe para não se preocupar e despedi-me com um beijo sedoso, envolto de charme e sedução. Ela enterneceu naquele momento com o seu olhar.
A caminho de casa, lembrei-me que precisava de ir à empresa resolver uns assuntos. O trabalho estava a bom ritmo mas eu andava ausente do escritório. Quando lá cheguei, haviam vários processos pendentes e fiquei a saber que perdi um dos meus clientes mais antigos, a conta da McDonalds's. Este conta tinha sido ganha num concurso bastante disputado, e perceber que algo que nos deu tanto trabalho, se evaporou num ápice, e ainda por cima não estive presente, poderia dalguma forma prejudicar o meu negócio. Naquele momento liguei para o Diretor de Marketing da McDonalds e pedi-lhe uma reunião pois queria que nos desse uma segunda oportunidade e estava disposto a tudo para não os perder. A muito custo, aceitou a minha proposta.
Enquanto esperava para me reunir na McDonald's, percebi internamente o que se passara para isto ter ocorrido. Reuni todas as pessoas e pedi desculpa pela minha ausência mas não percebia como tínhamos perdido um cliente como o McDonald's. Porque é que ninguém se interessou pela empresa? Entre cabeças cabisbaixas, e olhares tímidos, pedi um esforço de todos para recuperarmos este cliente com todas as armas. E assim foi. Na reunião que tive com o Diretor Geral de Marketing deles, depois de algumas horas de conversação e de muita negociação, foi convencido pela nossa energia e entusiasmo. Tínhamos novamente recuperado aquele cliente que era a jóia da nossa coroa. No final da reunião, e num tom pouco ético, pediu-me um favor. Disse-me que estava longe da família e tinha saudades duma mulher. Eu fiquei a olhar para ele, com cara de quem não estava a perceber o que pretendia. Facilmente ele percebeu onde eu quis chegar e não insistiu muito na conversa. Mas não queria que ele interpretasse mal as minhas palavras, e muito menos queria perder novamente aquela conta. A promiscuidade à volta dos negócios é demasiada, e os interesses e troca de favores são uma constante neste meio. Perguntei-lhe se estava hospedado em Lisboa.
- Estou no Holiday Inn e parto amanhã de manhã para Faro. Tenho de ir ter com umas delegações daquela região. Mas porquê? - Ficou intrigado com a minha pergunta e bastante curioso - Não me diga que me vai visitar?
- Eu? Não! Apenas quis saber onde estava para perceber se estava bem instalado. Apenas isso. - Aquela presunção irritava-me.
Depois de sair da reunião, fui novamente para o escritório e pus-me a pensar na Sónia. Só soube o seu nome porque a filha o disse. Tinha sido tamanha a loucura que cometemos, que nem os nomes dissemos. Pensei que o meu desejo por ela aumentou ainda mais e que tinha de satisfazer esta tentação. Queria dar liberdade ao meu corpo para responder ao seu desejo. Ela era fogo e isso era facilmente perceptível no seu olhar:
-Olá. Como estás?
- Oláaa.. Bem e tu?
- Também estou bem. Com muita vontade de estar contigo - Tive necessidade de lhe confessar que a desejava. Fora mais forte que eu.
- A sério? Eu também tenho vontade de estar contigo...muita! - Sussurrou suavemente como se estivesse ao meu lado. Era tão doce aquela voz. Tudo nela parecia fazer sentido.
Depois de algum tempo a falar com ela ao telemóvel. combinámos um jantar na minha casa para essa mesma noite. Ao chegar a casa preparei tudo com o maior do encantos possíveis para que se sentisse uma rainha. Era assim que queria que ela se sentisse. Era assim que a via. Uma rainha que sabe o que quer e para onde vai. Depois de tudo pronto e preparado, com o maior dos cuidados e pormenores, ela chegara deslumbrante. Estava elegantemente fatal. Cumprimentou-me com um beijo suave nos lábios. Com ela, o tempo parava. Sentia que o mundo andava em slow motion quando estava comigo. Ela arrebatava-me o coração.
Assim que entrou na minha casa fiquei a apreciá-la de alto a baixo. Que deusa de mulher.
Esta noite vai prometer e não vou perdoar...