27 de outubro de 2013

Why me? - Part II

Voltei para trás e agarrei-me ao Pedro a chorar compulsivamente. Fora mais forte que eu, e um misto de emoções acabara de me invadir. Estava incrédula com o que tinha visto. Baixei a cabeça e fugi correndo para fora dali. O Pedro ainda veio atrás de mim mas eu gritei para que me deixasse sozinha. Ao chegar ao carro, uma voz ao longe gritava pelo meu nome.


Não encontrava as chaves na minha mala e estava stressada, fora de mim. Capaz de cometer uma loucura. Nunca esperei assistir àquilo em toda a minha vida. Como fora ele capaz de viver na mentira e de me incluir nela todos os dias? Como?? 

Ia a alta velocidade a caminho de casa. Conduzia com toda a raiva e com toda a fúria. Sentia-me mais do que enganada e traída. Sentia-me gozada e enxovalhada. Sei que não agi bem em ter feito o que fiz com o Pedro mas aquilo foi um impulso. Não teve qualquer impacto em mim a nível sentimental. O que é que eles faziam ali àquela hora? Quem é aquela pessoa? Amo-te meu querido..  Fodasse mas que me merda é que eu ouvi daquela boca? 

Estava completamente desolada e perdida sem qualquer orientação. Apenas queria chegar a casa e deitar-me. Queria dormir e não acordar mais. Estou com uma ânsia e um estado de nervos tal que não me aguento. Queria que o Pedro estivesse ali para me abraçar e apoiar. Sei que não agi bem com ele deixando-o "pregado" no restaurante sozinho. Mas agi por impulso. Não foi por mal.

Depois de já estar em casa, alguém me toca à porta:

- Inês, abre. Sou eu...

Percebi logo que era o Pedro e parecia que me lera os pensamentos. Agarrei-o como se não o visse há mil anos. A intensidade daquele abraço fora tão profunda, tão sincera, tão única que jamais me esquecerei daquele momento. Convidei-o para entrar e pedi-lhe desculpas por o ter abandonado no restaurante à mercê daquele triste espectáculo digno dum filme qualquer de terror. Ele estava perdido porque não percebeu o que se passou, e na sua cabeça deveria ocorrer milhões de perguntas mas apenas uma lhe saiu da boca:
- Como estás?

Aquela pergunta provocou em mim um turbilhão de pensamentos e emoções que não sabia por onde começar. Como é que lhe ia explicar quem eram aquelas duas pessoas, que por mera coincidência, bateram à porta da casa de banho?

- Estou bastante revoltada e angustiada com o que vi. Se queres que te diga, não sei por onde começar. Talvez prefira não falar disto agora. Sinto-me triste e só me apetece chorar. Desculpa.

- Queres que vá embora para ficares sozinha? Não me importo. Apenas fiquei preocupado contigo.

- Não te importas? És um amor...

E o Pedro lá saiu da minha casa. Mandou-me uma mensagem que dizia:

A seu tempo saberei o q se passou. Agora quero eh q tenhas calma e q penses no q vais fazer. qqr coisa sabes q estou aqui. liga-me qd quiseres. beijo

Já não fumava há algum tempo mas estava de tal forma que não controlei e decidi fumar um cigarro. Peguei numa garrafa de vinho que tinha no frigorífico e decidi beber. Só queria esquecer aquele momento. Aquela imagem. Aquelas pessoas. Agora começo a perceber determinadas atitudes e comportamentos dele. Será que já faz isto há muito tempo? Para a outra pessoa lhe dizer que o amava é porque ele está com aquela pessoa há algum tempo. Mas nunca suspeitei de nada nem desconfiei que ele pudesse fazer aquilo. Juro que a minha cabeça está uma confusão mas, por mais que procure uma justificação, não consigo perceber o que lhe levou a fazer o que fez.


Sentia um nó na garganta sempre que aquela imagem e aquela voz me vinha à cabeça. Tanto tempo juntos e porque é que tive de descobrir da pior maneira isto? Só me questionava: porque é que ele fez isto? O que é que o levou a tomar aquela decisão? Ouvira tanta gente contar história sobre situações do género que sempre pensei que fossem apenas isso: histórias. Depois de ver o que vi, fiquei abismada, perplexa, sem saber o que pensar ou sentir. Quanto mais pensava, mais em seco engolia. Perdia a vontade de comer durante três dias. Não fui trabalhar e não atendi os telefones a ninguém.


Fechei-me no meu mundo onde chorava, chorava, chorava. O João afinal é totalmente diferente do que imaginei. Sei que não estávamos a atravessar uma boa fase mas pensei que estávamos a ultrapassar este problema. Já desconfiava que ele tinha alguém mas não sabia quem seria. Sei que não agi bem mas sei que não estava no mesmo ponto que a relação lateral que o João estava a ter. Só quis "matar" a atracção física que existia entre mim e o Pedro para que ele saísse da minha vida. Agora o João levou ao extremo do imaginável. Não aceito de bom agrado isto.

Pedi à minha mãe que fosse à minha casa. Depois de falarmos algum tempo, perguntou-me o que se tinha passado de tão grave. Não sabia como havia de contar à minha mãe o que se passou.

- Mãe .. não sei como começar..Ma...

- Fala, filha. O que se passou? O João tem outr...

- Mãe pára por favor.

- Então filhaaaa??

- Ele é gay! O João é Gay. Aquele palhaço gosta de homens!! 

 - Hum??? - Suavemente tirou os óculos escuros da cara, enquanto fumava.



- Como é que sabes isso filha? Tens a certeza?


- Mãe, claro. O que se passou foi que estava num restaurante, esta semana, a almoçar com uma pessoa, e senti-me mal e fui à casa de banho vomitar.

 Há alguém que bate à porta e quando abro a porta, vejo dois homens, em plena harmonia, agarrando o cabelo um do outro como se fossem comer um ao outro ali mesmo, beijando-se duma forma apaixonada. Qual não é o meu espanto que um deles era o João. 

Imaginas como estou? Sabes o que é viveres numa mentira durante anos? 

- Oh filha não fiques assim. Tens de o respeitar. 

- Oh mãe, poupa-me por favor....

Passou-se uma semana e decidi ligar ao João. No fim de contas tínhamos coisas para resolver.






19 de outubro de 2013

Why me?

Vamos lançar um novo produto e está em vista uma nova campanha publicitária. Como ainda temos contrato com a empresa do Pedro, infelizmente, agendei uma reunião com ele. Desta feita não queria ir sozinha porque não me sentia confortável. Confesso que ele me incomoda. Por isso, eu e o meu chefe reunimos-nos com ele e com o seu criativo.

Lá nos encontramos num bistrô do Bairro Alto, e por mais incrível que pareça, o Pedro ficou ao meu lado. Depois das variadas conversas introdutórias sobre banalidades, passámos ao trabalho e a discutir os moldes do que queríamos implementar. Percebia que o Pedro me olhava da mesma forma e isso inquietava-me. De repente a sua caneta caiu no chão e ao apanhá-la, pôs a sua mão na minha coxa direita, fazendo-me uma festa na perna. Tremi e estremeci. 

- Estás bem, Sofia? - Perguntou o meu chefe.

-Sim, sim. Porquê?? - O que é que ele reparou que eu não me apercebi?!

- Ficaste super vermelha de repente. 

- Senti um mau estar de repente. Estou mal disposta. Permitam-me que vá à casa de banho num instante? - Levantei-me a correr fingindo que ia vomitar.

Porque é que me fizera aquilo? Será que foi para me testar? Estou super nervosa com isto porque não sei se alguém se apercebeu do que se passou. Que raiva...

De volta à mesa, o Pedro com o maior descaramento, pergunta-me:

- Estás bem, Sofia? Queres que te leve ao hospital? 

- Não, não. Estou bem. Acho que foi o pequeno almoço que não me caiu bem. Desculpem este momento.

Continuamos a conversa mas é certo que o meu pensamento já não estava ali. Perdi por completo a noção do que se estava a passar à minha volta. Aquele gesto tinha-me incomodado bastante. Porquê nesta altura? O que é que ele quer de mim? Fogo...


Quando cheguei a casa, depois de um dia bastante desgastante, deitei-em na cama e fiquei ali a relaxar. Adormeci ali mesmo. O meu corpo cedeu ao cansaço naquele momento. Quando acordei, lembro-me de ter sonhado algo muito estranho. Estava em casa, na cozinha e de repente um homem pegou em mim e começou a beijar-me em cima da bancada.

Depois de alguma acção, tirou-me a roupa ali mesmo e deitou-me, abrindo-me as pernas e suavemente com a sua língua explorou-me. Estava tão excitada que tocava-me para aumentar ainda mais o meu prazer. Não conseguia perceber quem era este homem mas sei que lambia tão bem que não queria que parasse.

NÃO PODE SER!!! Este homem era o Pedro??? Ó meu Deus mas porque estou a sonhar com ele? Que raiva...

Levantei-me da cama com raiva e fui tomar banho. Já tinha esquecido aquele gajo e agora volta a assombrar-me os pensamentos, porra. Confesso que a única coisa boa que de facto ele faz é mesmo a tesão que cria numa mulher. De resto, é para esquecer. Mas é quase impossível.


O que me deixa mais furiosa é querer apagá-lo de vez da minha memória mas não conseguir. Enquanto me levava, sentia o meu corpo sensível e com uma vontade enorme de tocar. E assim o fiz. Satisfiz à necessidade do meu corpo e comecei outra vez a pensar no Pedro. Tudo porque me tocara hoje de manhã e agora reacendera um fogo quase extinto.


Passou-se uma semana desde que vi o Pedro e hoje vou finalizar o que temos vindo a trabalhar. Quero que seja algo muito rápido porque não quero estar perto dele durante muito tempo. Quero que fique bem longe de mim. E daqui em diante será a última vez que terei de encontrá-lo porque não quero mais a sua presença perto de mim. 

Lá nos encontramos na Bica do Sapato, ao pé de Santa Apolónia. Eram três e tal da tarde e estava pouca gente. Encontrámos-nos na esplanada e ao fim de vinte minutos a nossa reunião estava a terminar. Levantei-me para ir até ao WC. Assim que estou a fechar a porta, apercebo-me que algo impede a porta de fechar. O Pedro veio atrás de mim até ali e entrou na mesma porta que eu. 

Tapou-me a boca para que não gritasse. Não tive reacção mais uma vez. Fechou a porta e trancou-nos ali  dentro. Beijamos-nos duma forma intensa. O que é eu estava a fazer? Eu não queria fazer isto mas o meu corpo cedeu ao desejo. O que pensei ser algo morto em mim, afinal está bem vivo. E o pior é que já tinha saudades. Eu mordia os seus lábio que sempre gostei imenso. Ele sabia o que queria e eu também.



Rapidamente tirou-me as calças e pôs-me em cima da bancada do WC e começou a explorar-me com os seus dedos. Ele queria tanto como eu. Já tinha saudades de sentir algo tão forte, tão intenso como aquele momento. Já suava de nervos com receio que alguém viesse bater à porta. E se nos apanhassem? Ai que vergonha.. Mas também não perdi tempo e não queria parar por ali. Sentia o Pedro desejoso de entrar em mim e eu estava toda molhada, e queria que ele o fizesse o mais rápido possível porque a vontade era imensa.




Sentei-o na sanita e tomei conta da situação. Que saudades já tinha daquele "menino". Adorava cavalgar nele pois sentia-me preenchida e satisfeita. Ele sabia como me explorar e como me dar prazer. Deixamos-nos envolver por aquele momento único de tesão. Não devia de acontecer mas aconteceu e o pecado está cometido. Juro que tentei resistir mas não consegui. Serei fraca? Que vão pensar de mim? Neste momento apenas quero gozar e sentir cada momento como se fosse o último. O Pedro e eu sempre fomos muito compatíveis e nunca tivemos pudores. Explorávamos os nossos corpos como se fosse a primeira vez. Hum tão bom. Estava completamente fora de mim.

Nisto tentaram abrir a porta e perguntaram se ia demorar muito. Foi o terror. Parámos de imediato e vestimos-nos num ápice. E agora? Aí que vergonha.... 

- O que dizemos? - Perguntou-me ele apavorado.

- Sei lá.. - Respondi meia desorientada.

- Já sei. Finge que estás a vomitar e assim quando sairmos, fingimos que te vim ajudar e fazer um ar meio doente.

E assim fizemos. Quando abrimos a porta, caiu-me o coração. Gelei. Fiquei petrificada e não mais raciocinei. Esperava tudo menos isto... 



13 de outubro de 2013

Submission - Part II


Amarrei as suas mãos à cama.

A Teresa não sabia o que haveria de dizer ou pensar. Simplesmente obedecia ao que eu ordenava.

Arranquei-lhe as calças à bruta. O seu corpo tremia. Frio? Talvez. Medo? Também. Ou talvez um pouco de tudo.

- Beija-me por favor, não aguento esta tortura. - Implorava-me para que a acalma-se.

- Cala-te! - Mostrei-lhe desprezo. Os seus olhos brilhavam e sorriam. Gostava de ser maltratada, desprezada. Não estava ali para lhe perdoar mas sim para a fazer pagar por tudo o que me fez passar. Por ter manchado a minha reputação com as suas loucuras. Hoje, no trabalho, ainda pago por essa brincadeira de mau gosto.


Depois de estar toda nua e amarrada à cama coloquei-lhe uma máscara na cabeça onde tapava os olhos e só a boca ficava de fora. As pernas estavam soltas mas entrelaçavam-se uma na outra de ansiedade. Fui à minha mala buscar um vibrador que tinha comprado pois há algum tempos que anseio por uma sessão destas.

Ela ia mordendo o lábio de baixo como forma de mostrar a sua excitação.

- Que é isso? - Pergunto assustada quando  ouviu o barulho do vibrador. - Pedro, estás a assustar-me!!

- Cala-te, já te disse. Agora sou que mando e tu estás caladinha, entendeste? - Tinha sido bruto na forma como falara com ela mas confesso que estava excitado com aquele momento.

Dei-lhe uma palmada soft na parte de dentro da perna direita e apertei com vontade. Adorava apertar-lhe as coxas. Soltou um gemido tímido e a sua expressão corporal mostrou-me que queria mais. Com o vibrador comecei a passá-lo por algumas partes do corpo e naturalmente ia reagindo. Comecei no peito em direção aos mamilos que já estavam tesos de prazer. 

Deslizei pela zona lateral da barriga. Contorcia-se de forma espontânea. Peguei no pé esquerdo e chupei-lhe os dedos enquanto que o vibrador descia para a zona proibida. Foi aqui que tudo se deu.

Explorei o seu clitóris de todas as formas e feitios. Com a língua, com os dedos, com o vibrador. Rápido, devagar, com mais força, com mais jeito. Deu para tudo. Estava toda molhada e ainda não tínhamos começado o ritual que idealizei. 




Os seus gemidos ecoavam no quarto e isso deixava-me doido de prazer. O sangue bombeava-me por todo o corpo e já teso, peguei no meu pau e pu-lo na sua boca enquanto lhe agarrava a cabeça. Ela desejava-o e o seu corpo não escondia. 

O êxtase estava instalado.


De repente, e depois de ela se ter vindo algumas vezes e de estar cansada, pois via-se no seu rosto que mal abria os olhos, quis senti-la. E ela também o queria. Decidi abandonar o quarto com ela presa à cama. 

- Onde vais? - perguntou-me com um sorriso na cara.

- Esperas aqui até me apetecer voltar - Saí e fechei a porta. 

Ouvi-a a gritar pelo meu nome. Parecia desesperada mas nem quis saber. Ela tinha de sofrer pelo que me fez passar...